Trabalhadores dos Correios realizam ato contra privatização em João Pessoa

Trabalhadores dos Correios, junto a movimentos sociais e sindicatos, promovem nesta terça-feira (16) um ato público no Centro Operacional dos Correios (COA), localizado no bairro Cristo Redentor, em João Pessoa, para denunciar o que chamam de “colapso” da estatal e alertar sobre os riscos de uma possível privatização.
O secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos da Paraíba (SINTECT-PB), Tony Sérgio Cavalcante, explicou que a mobilização visa chamar atenção para o sucateamento, falta de servidores e sobrecarga de trabalho enfrentados pela empresa. Segundo ele, o quadro de funcionários na Paraíba caiu de 1.590 para 1.180, uma redução de 35% nos últimos anos.
“Além da campanha salarial, temos um problema que depende do Congresso Nacional, que é a regulamentação da logística do país. O projeto que desmonta a empresa pública é visível. Os Correios são a única empresa de logística presente em grande parte das cidades do país, com um sistema que nenhuma empresa privada possui”, afirmou Tony Sérgio.
O sindicalista destacou que a privatização poderia comprometer a eficiência logística e o caráter social da estatal, lembrando que os Correios garantem serviços essenciais em localidades que empresas privadas não atendem. Ele comparou: “Se tivéssemos o SUS privatizado, teríamos condições de salvar vidas? Nenhuma empresa privada tem condições de garantir a logística nacional como nós fazemos.”
A categoria também reclama da falta de efetivo e atraso na convocação de aprovados em concursos, além de reivindicar reajuste salarial que ainda não foi implementado, mesmo após a entrega da pauta em junho.
Segundo Tony Sérgio, a privatização beneficiaria empresas privadas, enquanto a população seria prejudicada, e criticou o uso de recursos da estatal: “Foram retirados R$ 6 bilhões dos Correios através de repasses de 25%. Reivindicamos que esse montante seja reinvestido em tecnologia e qualificação dos funcionários.”
O ato de terça-feira marca mais uma etapa da mobilização dos trabalhadores em defesa dos direitos da categoria e da manutenção dos Correios como empresa pública, garantindo acesso à logística e serviços essenciais em todo o país.