A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, reafirmou nesta sexta-feira (31) que não há nenhuma discussão dentro do governo sobre mudar a meta de inflação. Para ela, o país precisa manter firme o compromisso com o controle de preços, garantindo previsibilidade e credibilidade à política econômica.
Durante entrevista ao podcast Warren Política, Tebet destacou que a meta atual está “bem posicionada” e defendeu que o foco deve permanecer em alcançar o centro da meta a qualquer custo. Segundo a ministra, o desafio do momento é fortalecer os ajustes fiscais e aprimorar a gestão pública com o apoio do Congresso Nacional.
“Precisamos ser um pouco mais rigorosos com as contas e buscar parcerias no Parlamento”, afirmou. Tebet reforçou que a revisão de gastos não é uma tarefa exclusiva do Executivo, mas um esforço que precisa envolver também o Legislativo para garantir resultados consistentes.
Ao comentar sobre os compromissos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra lembrou que as promessas de campanha, como a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda, estão sendo cumpridas de forma responsável. No entanto, ela descartou novas medidas que possam elevar despesas públicas, como reajuste do Bolsa Família ou adoção de tarifa zero no transporte coletivo em 2026. “Esses temas não estão na mesa”, afirmou, observando que o próprio Congresso não aceitaria aumento de gastos em um ano eleitoral.
Tebet também avaliou o arcabouço fiscal como uma regra “exequível e sustentável”, capaz de garantir estabilidade da dívida pública a partir de 2029, ainda que não seja suficiente para resolvê-la por completo.
A ministra ressaltou que o Brasil tem avançado em importantes reformas econômicas e institucionais nos últimos oito anos, citando a reforma trabalhista, a previdenciária, o novo marco do saneamento, a reforma tributária e a autonomia do Banco Central. Para ela, essas medidas formam a base de um ambiente econômico mais estável e previsível.
Com um discurso firme e técnico, Simone Tebet consolida seu papel como uma das vozes mais equilibradas da equipe econômica, defendendo responsabilidade fiscal sem perder de vista a necessidade de manter as políticas públicas que garantem proteção social e crescimento sustentável.
