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ONU Mulheres cobra avanços em igualdade de gênero e ação climática durante a COP30

Na conferência em Belém, entidade lança ferramenta inédita para medir integração de gênero nas políticas climáticas e pede um novo Plano de Ação de Gênero mais forte e inclusivo.

Durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), realizada em Belém, a ONU Mulheres mobiliza governos, especialistas e movimentos feministas para pressionar por avanços concretos e evitar retrocessos nas negociações sobre igualdade de gênero e crise climática.

Um dos pontos centrais das discussões é a adoção de um novo Plano de Ação de Gênero (GAP), instrumento global que orienta a integração da perspectiva de gênero em todas as áreas da governança climática — da mitigação e adaptação ao financiamento e capacitação.
Diante do agravamento dos impactos climáticos e da resistência aos direitos das mulheres em várias partes do mundo, a ONU Mulheres defende que o novo GAP seja “forte, inclusivo e transformador”, condição essencial para garantir justiça climática e a efetividade do Acordo de Paris.

Ferramenta inédita de monitoramento

Durante a conferência, a ONU Mulheres, em parceria com o Instituto Kaschak, lança o Gender Equality and Climate Policy Scorecard, ferramenta global que avalia o grau de integração de gênero nas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) — compromissos apresentados pelos países no combate às mudanças climáticas.
O Scorecard oferece evidências inéditas sobre como governos estão incorporando a igualdade de gênero em suas políticas e propõe caminhos para acelerar a ação e a responsabilização.

A primeira edição da metodologia analisa 32 NDCs apresentadas até setembro de 2025, avaliando seis dimensões: segurança econômica, trabalho de cuidado não remunerado, saúde, violência de gênero, participação e liderança, e transversalização de gênero.
Os resultados mostram que, embora muitos países reconheçam as vulnerabilidades das mulheres, poucos asseguram liderança e participação efetiva nas decisões climáticas — lacunas que ainda persistem nas áreas de mitigação e perdas e danos.

Novo Plano de Ação de Gênero

Adotado pela primeira vez em 2017 e renovado em 2019, o GAP é o principal marco da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) para promover a igualdade de gênero na ação climática.
Na COP30, os países discutirão sua nova versão, que definirá as diretrizes e compromissos da próxima década. A ONU Mulheres defende que o documento traga recursos financeiros, metas mensuráveis e mecanismos de responsabilização, reconhecendo a diversidade de mulheres e meninas — incluindo indígenas, quilombolas, trabalhadoras rurais e defensoras ambientais.

“Um GAP robusto é mais do que uma questão de justiça: é uma condição estratégica para a eficácia e a sustentabilidade da ação climática global”, reforça a ONU Mulheres.

Mobilização da sociedade civil

A entidade também apoia redes feministas e defensoras ambientais em todo o processo preparatório e durante a conferência, ampliando a incidência política das mulheres nas negociações.
Esse engajamento, segundo a ONU Mulheres, é essencial para impedir retrocessos em um contexto mundial de crescente polarização e garantir que a transição ecológica seja justa e inclusiva.

Mulher Capital Brasília

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