Ministério da Saúde monitora aumento de casos de intoxicação por metanol em 13 estados

O Ministério da Saúde confirmou neste domingo (5) que o país investiga mais de 200 casos suspeitos de intoxicação por metanol ligados ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. O balanço mais recente aponta 16 casos confirmados — 14 em São Paulo e 2 no Paraná — e 15 mortes registradas, sendo duas já confirmadas e as demais em apuração.
As informações, repassadas pelos estados e consolidadas pelo Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde Nacional (CIEVS), indicam que São Paulo concentra o maior número de notificações, com 178 investigações abertas e 14 confirmações.
Até o momento, 13 estados notificaram casos: Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Paraná, Rondônia, São Paulo, Piauí, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraíba e Ceará. A Bahia e o Espírito Santo descartaram as suspeitas inicialmente registradas. O Ceará, por sua vez, confirmou a primeira notificação recente.
Mortes sob análise
Entre as 15 mortes notificadas, duas ocorreram em São Paulo e foram confirmadas como intoxicação por metanol. As demais — registradas em São Paulo, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Paraíba e Ceará — seguem sob investigação. A pasta ressalta que os dados ainda podem ser atualizados conforme os estados enviem novas informações.
Distribuição de antídoto
Como medida emergencial, o Ministério da Saúde iniciou a distribuição de etanol farmacêutico — substância utilizada no tratamento contra intoxicação por metanol — para estados que solicitaram reforço de estoque.
Nesta primeira etapa, foram enviadas 580 ampolas: 240 para Pernambuco, 100 para o Paraná, 90 para a Bahia, 90 para o Distrito Federal e 60 para Mato Grosso do Sul. O produto faz parte de um total de 4,3 mil ampolas adquiridas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em parceria com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e hospitais universitários federais.
Risco grave à saúde
A ingestão de metanol representa uma emergência médica de extrema gravidade. No organismo, a substância é metabolizada em compostos altamente tóxicos, como formaldeído e ácido fórmico, que podem causar cegueira irreversível, falência de órgãos e morte.
Os sintomas mais comuns incluem visão turva ou perda de visão, náuseas, vômitos, dores abdominais e sudorese intensa.
Em caso de suspeita, o Ministério da Saúde recomenda procurar imediatamente atendimento médico e acionar um dos serviços especializados:
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Disque-Intoxicação da Anvisa: 0800 722 6001
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Centro de Controle de Intoxicações de São Paulo (CCI): (11) 5012-5311 ou 0800 771 3733
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CIATox local, disponível em diversos estados
A pasta reforça ainda que qualquer pessoa que tenha consumido a mesma bebida suspeita deve ser orientada a procurar atendimento de urgência. O diagnóstico precoce e o tratamento imediato são fundamentais para evitar complicações e salvar vidas.




