Matrículas no EJA caem 37% na Paraíba em dez anos e desafiam políticas públicas de educação

Nos últimos dez anos, o número de matrículas no Ensino de Jovens e Adultos (EJA) na Paraíba sofreu uma queda significativa de 37%. Os dados constam no Anuário Brasileiro da Educação 2024, divulgado pela entidade Todos Pela Educação, que compila informações de fontes oficiais, como IBGE e Inep.
Em 2014, o estado registrou 153.193 estudantes matriculados no EJA. Dez anos depois, esse número caiu para 96.470. O declínio reflete uma tendência nacional: o Anuário aponta que, entre 2014 e 2024, o Brasil registrou 1,3 milhão de matrículas a menos nessa modalidade, com destaque para o Nordeste, que perdeu cerca de 265 mil vagas no período.
O EJA é voltado para pessoas com mais de 15 anos que não concluíram o Ensino Fundamental ou Médio na idade regular. A modalidade oferece a chance de retomar os estudos, conquistar certificação e ampliar oportunidades no mercado de trabalho. Apesar do crescimento da escolaridade média da população jovem — que passou para 11,9 anos entre 18 e 29 anos —, a pesquisa revela um desafio estrutural: 29% dos brasileiros de 15 a 64 anos são analfabetos funcionais, enfrentando dificuldades em tarefas cotidianas que envolvem leitura e escrita.
Segundo o levantamento, esse cenário compromete a capacidade de participação plena da população em ambientes digitais e na sociedade como um todo. O documento reforça a necessidade de políticas públicas que fortaleçam o EJA, classificando-o como um elemento estratégico para reduzir desigualdades e promover inclusão social.
O Anuário Brasileiro da Educação Básica, realizado pela Todos Pela Educação, reúne indicadores, análises e desafios para gestores, pesquisadores e formuladores de políticas educacionais, oferecendo uma visão detalhada da evolução da educação no país e dos caminhos para avançar.




