María Corina Machado: a engenheira que fez da política sua missão de vida

Na coluna Histórias de Maria, contamos trajetórias de mulheres que desafiam o tempo, o medo e o poder. Hoje, a história é de uma mulher que transformou a dor de um país em propósito: María Corina Machado, a engenheira venezuelana que se tornou símbolo mundial de resistência e democracia.
Formada em Engenharia Industrial pela Universidade Católica Andrés Bello, em Caracas, María Corina iniciou sua carreira longe da política. Trabalhou no setor privado e em projetos sociais antes de fundar, em 2002, a organização Súmate, voltada ao fortalecimento da participação cidadã e à promoção de eleições livres na Venezuela. A iniciativa foi um marco — e também o início de sua perseguição.
Nos anos seguintes, ela se tornou uma das vozes mais firmes contra o regime de Hugo Chávez. Em 2010, foi eleita deputada nacional com votação expressiva, levando para o parlamento um discurso corajoso em defesa das liberdades civis e dos direitos humanos. Mas sua postura crítica custou caro: foi cassada, intimidada e, mais tarde, inabilitada politicamente pelo governo de Nicolás Maduro, o que a impediu de disputar as eleições presidenciais.
Mesmo assim, María Corina não recuou. Manteve-se ativa, liderando movimentos democráticos, mobilizando mulheres e jovens e transformando sua luta pessoal em causa coletiva. Sua voz ecoou além das fronteiras venezuelanas, tornando-se um símbolo de fé e resistência na América Latina.
Em 2025, o Comitê Norueguês do Nobel reconheceu sua trajetória com o Prêmio Nobel da Paz, destacando “seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos e sua luta por uma transição justa e pacífica para a democracia”.
A engenheira que um dia acreditou que números e projetos construíam pontes, hoje entende que é a coragem que constrói nações. María Corina Machado representa uma geração de mulheres que não se calam, mesmo diante da opressão — e que fazem da política um ato de fé no futuro.
Sua história nos lembra que liderar é permanecer de pé, mesmo quando o chão parece desabar. E que, quando uma mulher decide não desistir, ela move não apenas um país — mas o mundo inteiro.
				



