O governo de Israel ratificou nesta quinta-feira (9) o acordo de cessar-fogo com o Hamas, que prevê a devolução de reféns mantidos pelo grupo em Gaza e o fim das hostilidades na região. Com a aprovação, o cessar-fogo deve entrar em vigor em até 24 horas, e o Hamas terá 72 horas para liberar os reféns, vivos ou mortos.
O acordo, mediado por Egito, Catar e Turquia e apresentado pelos Estados Unidos no fim de setembro, foi assinado pelo Hamas mais cedo, que também declarou o fim da guerra. Israel estimou que, dos 48 reféns ainda sob custódia do grupo, cerca de 20 estão vivos. O restante, segundo relatos, teria morrido, e alguns corpos ainda não foram localizados. Para auxiliar na busca, a Turquia montou uma força-tarefa internacional.
Além da libertação de reféns, o plano prevê o fim dos bombardeios em Gaza e a retirada parcial das tropas israelenses, que recuarão de 75% para 57% do território palestino de forma inicial, mantendo presença em áreas estratégicas. O acordo inclui ainda a liberação de quase 2 mil prisioneiros palestinos em troca da devolução dos reféns.
Apesar da aprovação, detalhes do tratado ainda não foram totalmente divulgados, incluindo a transição de governo em Gaza e o comprometimento do Hamas em entregar armas. O presidente dos EUA, Donald Trump, classificou o acordo como a “primeira fase” do plano de paz e poderá visitar Israel nos próximos dias.
O governo israelense registrou resistência interna: dois ministros da extrema direita votaram contra a medida, argumentando que o Hamas deveria ser desmantelado antes de qualquer cessar-fogo. O ministro das Relações Exteriores, Gideon Sa’ar, afirmou, porém, que Israel não pretende continuar a guerra após a assinatura do acordo.
O acordo marca um passo histórico para a região, mas a implementação completa depende da entrega de reféns e corpos e do cumprimento das demais etapas previstas pelos mediadores internacionais.
