Política

Indicação de Derrite como relator do PL Antifacção divide Câmara e acirra disputa entre governo e oposição

A decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), de indicar o deputado Guilherme Derrite (PP-SP) como relator do Projeto de Lei Antifacção provocou forte reação entre os parlamentares. A nomeação foi recebida com elogios pela oposição, mas gerou críticas intensas entre governistas, que consideraram o gesto uma provocação ao Palácio do Planalto.

Recém-saído da Secretaria de Segurança de São Paulo, Derrite reassumiu o mandato na Câmara e, horas após ser confirmado na função, apresentou o primeiro parecer sobre a proposta. No texto, o relator optou por não fundir o projeto do governo com outra proposta defendida pela direita que pretendia equiparar facções criminosas a organizações terroristas — ponto considerado o mais sensível da discussão.

Mesmo sem a fusão, Derrite incluiu no parecer um dispositivo que prevê as mesmas penas aplicadas a atos terroristas — de 20 a 40 anos de prisão — para crimes cometidos por facções que envolvam ações armadas e controle territorial.

A decisão provocou reações imediatas nas redes sociais. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) comemorou a escolha, afirmando que o projeto “está em boas mãos”. Já o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), classificou a nomeação como “um desrespeito ao presidente Lula”, por colocar o texto sob relatoria de um aliado do governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos).

“O PL Antifacção é uma prioridade do governo Lula, e colocá-lo nas mãos do secretário de Segurança de Tarcísio beira a provocação”, escreveu Lindbergh no X (antigo Twitter).

Nos bastidores, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, deve liderar a articulação para tentar manter o texto original do Executivo. A expectativa é de que a votação do projeto sofra atraso por conta da COP30, que tem mobilizado ministros e parlamentares ligados à área de segurança e meio ambiente.

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