Deputados do Psol e PT acusam governo do Rio de promover chacina em megaoperação policial

Deputados das federações Psol-Rede e PT-PCdoB-PV acusaram o governo do Rio de Janeiro de promover uma chacina durante a operação policial contra a facção criminosa Comando Vermelho, realizada na última terça-feira (28). Em coletiva na Câmara dos Deputados, os parlamentares classificaram a ação como a maior chacina da história do país e cobraram mudanças na política de segurança pública.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, deputado Reimont (PT-RJ), afirmou que a operação pode ter resultado em mais de 200 mortes, número superior ao confirmado oficialmente pelo governo fluminense, que contabiliza até o momento 121 vítimas.
“É a maior chacina do Brasil, superando a do Carandiru. O que aconteceu no Rio de Janeiro estamos caracterizando como uma chacina continuada. O governo Cláudio Castro repete práticas violentas e letais, e infelizmente sabemos que esta não será a última”, declarou o parlamentar.
A comissão pretende visitar nesta quinta-feira (30) o Complexo do Alemão, onde ocorreram os confrontos, além de se reunir com representantes da Defensoria Pública e da Procuradoria-Geral de Justiça do Rio. Também está prevista uma ida ao Instituto Médico Legal (IML) para acompanhar o trabalho de identificação das vítimas.
A líder do Psol na Câmara, deputada Talíria Petrone (Psol-RJ), criticou a condução da operação e afirmou que houve falta de planejamento e desrespeito aos direitos humanos.
“Estamos solidários com todas as famílias devastadas por essa ação. O que tem sido feito em nome do combate às organizações criminosas é um verdadeiro banho de sangue. Há décadas enxugamos o sangue de uma política de segurança pública fracassada, que não reduz o crime e destrói vidas nas favelas do Rio”, disse.
Os deputados também rebateram as declarações de parlamentares da oposição, que defenderam a operação e a necessidade de endurecimento no enfrentamento ao crime organizado. Para os integrantes do Psol e do PT, a resposta à violência precisa incluir políticas sociais, inteligência policial e controle externo das forças de segurança.



