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Brasil realiza Dia D nacional contra a dengue e reforça ações de combate ao Aedes aegypti


O Ministério da Saúde realiza neste sábado (8) o Dia D nacional de combate ao mosquito Aedes aegypti, dentro da nova campanha “Não dê chance para dengue, Zika e chikungunya”. A mobilização ocorre em todos os estados, reunindo gestores públicos, profissionais de saúde, agentes de endemias, lideranças comunitárias e moradores em ações de conscientização e limpeza de áreas públicas e residências.

Mais de 370 mil profissionais atuam diariamente na prevenção das arboviroses nos 5.570 municípios brasileiros. Entre eles, os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), responsáveis por orientar famílias e distribuir materiais educativos, e os Agentes de Combate às Endemias (ACE), que fazem inspeções, aplicam larvicidas e coletam dados para o planejamento das ações de vigilância.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que o mutirão acontece antes do período de maior transmissão da dengue — o primeiro semestre do ano — e reforçou o papel da população no controle do vetor.

“Este é o momento de conscientizar e engajar os municípios para identificar os pontos críticos e eliminar os criadouros do mosquito. O uso de novas tecnologias, como a Wolbachia, é essencial para conter a transmissão”, afirmou.

Casos em queda, mas alerta permanece

Até 30 de outubro, o país registrou 1,6 milhão de casos prováveis de dengue, uma redução de 75% em relação a 2024. Foram confirmados 1,6 mil óbitos, número 72% menor que o do ano anterior. Os estados com maior número de registros são São Paulo (890 mil), Minas Gerais (159,3 mil), Paraná (107,1 mil), Goiás (96,4 mil) e Rio Grande do Sul (84,7 mil).

Apesar da queda, o 3º Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) mostra que 30% dos municípios brasileiros estão em alerta, com focos concentrados em recipientes domésticos como vasos, pneus, garrafas e caixas d’água.

Investimentos e novas tecnologias

O Ministério da Saúde anunciou R$ 183,5 milhões em investimentos para o biênio 2025/2026, destinados à ampliação de tecnologias de controle vetorial, como a estratificação de risco e o método Wolbachia, que reduz a capacidade de transmissão do mosquito.

A tecnologia, já implantada em 11 municípios, apresentou resultados expressivos — em Niterói (RJ), houve redução de 89% nos casos de dengue, 60% de chikungunya e 37% de Zika. A expectativa é expandir o método para 70 cidades até o final de 2026.

Em Curitiba (PR), foi inaugurada a maior biofábrica de Wolbachia do mundo, com capacidade para produzir 100 milhões de ovos por semana.

O ministério também distribuiu 2,3 milhões de sais de reidratação oral, 1,3 milhão de testes laboratoriais, 1,2 mil nebulizadores portáteis e 77,9 mil Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDLs) em 26 municípios, ampliando a cobertura de vigilância.

Mobilização no Rio de Janeiro

O estado do Rio de Janeiro também realiza ações integradas neste sábado, com o programa “Contra a Dengue Todo Dia”, que envolve os 92 municípios fluminenses. A mobilização inclui mutirões de limpeza, atividades educativas e demonstrações sobre o ciclo do mosquito em locais como a Quinta da Boa Vista, na capital.

A secretária estadual de Saúde, Claudia Mello, reforçou que o combate ao mosquito é uma “missão coletiva”:

“Com apenas dez minutos por semana, podemos eliminar criadouros e salvar vidas”, afirmou.

O Rio de Janeiro registrou 29.315 casos prováveis de dengue em 2025, com 1.200 internações e 25 óbitos. No ano anterior, o estado enfrentou uma epidemia com mais de 302 mil casos.

Prevenção começa em casa

A campanha reforça que pequenas atitudes fazem a diferença: manter caixas d’água fechadas, eliminar água acumulada em vasos e pneus, guardar garrafas de cabeça para baixo e permitir a entrada dos agentes de saúde nas residências.

Em caso de febre, dor de cabeça, dores no corpo ou manchas na pele, o ministério orienta procurar imediatamente uma Unidade Básica de Saúde e evitar o uso de medicamentos sem prescrição médica.

Com o início das estações quentes, o governo federal e os estados intensificam as ações de vigilância e mobilização social para evitar que o país enfrente novos surtos de arboviroses nos próximos meses.

Fonte: Mulher Capital Brasília

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