Brasil

Lula anuncia veto ao PL da Dosimetria e nega articulação com a oposição


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (18) que irá vetar integralmente o Projeto de Lei conhecido como PL da Dosimetria, aprovado pelo Congresso Nacional na véspera. A declaração foi feita durante um café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto.

Segundo Lula, a decisão será tomada assim que o texto chegar oficialmente à Presidência da República. O presidente também descartou qualquer tipo de acordo político com a oposição para viabilizar a aprovação da proposta no Senado.

De acordo com o chefe do Executivo, não houve comunicação prévia nem articulação envolvendo o Palácio do Planalto. Para Lula, a inexistência de diálogo inviabiliza qualquer narrativa de consenso político em torno da matéria.

O que prevê o projeto

A proposta aprovada pelo Senado altera critérios utilizados na fixação e na execução das penas aplicadas a condenados por crimes contra o Estado Democrático de Direito. O texto ficou conhecido como PL da Dosimetria por flexibilizar parâmetros que hoje orientam decisões judiciais relacionadas à individualização das penas.

O projeto alcança condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 e também repercute em processos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado e outros crimes relacionados.

A matéria foi aprovada no plenário do Senado por ampla maioria, após passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Com a tramitação concluída no Congresso Nacional, o texto segue agora para sanção presidencial.

Sinalização política

Ao anunciar publicamente o veto, Lula sinaliza uma posição firme em defesa do rigor na responsabilização de crimes contra o Estado Democrático de Direito. A decisão também reforça o distanciamento do governo federal de iniciativas que possam ser interpretadas como flexibilização penal em casos relacionados a ataques às instituições.

Com o veto anunciado, caberá agora ao Congresso decidir se mantém ou derruba a decisão presidencial, em um novo capítulo da disputa política em torno do tema.

Fonte: Mulher Capital Brasília

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