Paraíba tem potencial para ser protagonista em energia renovável, mas gargalos travam expansão

O Nordeste brasileiro desponta como a região mais promissora do país em energia renovável, especialmente em geração eólica e solar fotovoltaica. A Paraíba, com suas condições naturais favoráveis e projetos já em andamento, tem potencial para se consolidar como um dos polos estratégicos desse setor. No entanto, gargalos estruturais ainda impedem que o estado avance no mesmo ritmo de vizinhos como o Rio Grande do Norte, o Ceará e a Bahia.
Nos últimos anos, a Paraíba atraiu investimentos importantes, sobretudo na instalação de usinas solares no Sertão, aproveitando a alta incidência solar e as extensas áreas disponíveis. Também há espaço para o crescimento da energia eólica, já explorada em menor escala, mas com perspectivas de expansão no litoral e em regiões de planalto.
O grande desafio, porém, não está apenas em gerar energia limpa, mas em escoar a produção. Os entraves na infraestrutura de transmissão fazem com que parte da energia produzida não consiga chegar aos grandes centros consumidores. Essa limitação já foi apontada por especialistas e investidores como um dos principais fatores que freiam novos aportes no setor.
Outro ponto é a burocracia para licenciamento ambiental, que muitas vezes atrasa a implantação de parques solares e eólicos. Apesar disso, os benefícios sociais e econômicos para os municípios que recebem esses empreendimentos são claros: geração de empregos, aumento da arrecadação local e fortalecimento da cadeia produtiva.
Com a crescente pressão por descarbonização e a busca por alternativas energéticas sustentáveis, a Paraíba tem diante de si uma oportunidade histórica. Para transformar esse potencial em realidade, será preciso ampliar o diálogo entre governo, setor privado e bancos de fomento — como o Banco do Nordeste, que já sinalizou disposição em financiar não apenas a geração, mas também projetos de transmissão.
Se superar os gargalos, a Paraíba pode não apenas garantir segurança energética para o estado e região, mas também se posicionar como exportadora de energia limpa para o Brasil e para o mundo.




