O vereador Raoni Mendes (DC) anunciou, nesta quinta-feira (18), sua renúncia à presidência da CPI dos Combustíveis da Câmara Municipal de João Pessoa. A decisão ocorre em meio a impasses regimentais e disputas políticas que, segundo ele, comprometeram o andamento dos trabalhos da comissão.
Em comunicado, Raoni ressaltou que a instalação da CPI seguiu todos os trâmites legais e regimentais, com legitimidade reconhecida pelo Parecer nº 102/2025 da Procuradoria da Casa. Ele lembrou que sua escolha para presidir os trabalhos ocorreu dentro das normas estabelecidas pelo Legislativo municipal.
Entretanto, o parlamentar afirmou que um requerimento articulado por dois vereadores, considerado por ele como “antirregimental e sem respaldo jurídico”, resultou na paralisação da comissão. O movimento, de acordo com Raoni, gerou um “impasse artificial” que inviabilizou a continuidade das atividades.
“O uso desequilibrado e distorcido de mecanismos regimentais não fortalece esta Casa, pelo contrário, a fragiliza. Uma CPI deve ser instrumento nobre de fiscalização, não palanque político nem arena de disputas pessoais”, declarou.
Apesar de deixar o cargo, Raoni destacou que encaminhou um plano preliminar de atividades para a comissão, já considerando o prazo regimental de 120 dias, e defendeu que o Ministério Público acompanhe de perto as investigações.
O vereador concluiu afirmando que sua saída é uma forma de evitar que a CPI seja transformada em espaço de disputas de vaidade e de uso político:
“Renuncio para não ser instrumento ou cúmplice da transformação da CPI em espaço de vaidades e cortes de redes sociais que visam apenas engajamento, em detrimento da verdade que a sociedade merece conhecer.”
